Saindo de Catania fomos à Siracusa (1h de carro) para conhecer o Teatro Greco mais famoso da Sicília. Um teatro belíssimo de cor branco-pérola, onde todos os anos, durante a primavera, há um ciclo de espetáculos clássicos.
O Teatro está dentro do Parco Archeologico della Neapolis (grátis no primeiro domingo de cada mês) que, além do Teatro Greco, tem um Anfiteatro Romano logo na entrada.

Ainda no Parque está o Orecchio de Dionisio, uma gruta com 23 metros de altura e 3 de profundidade, batizada com esse nome por Caravaggio. Diz a lenda que o tirano de Siracusa, Dionisio, aproveitava a acústica da gruta para escutar os discursos dos prisioneiros.
E ao fundo do Teatro, está a Latomia del Paradiso, uma caverna cheia de catacumbas onde foram extraídas as pedras para a construção da antiga cidade. Desse ponto se tem a melhor vista do parque: o Teatro embaixo e o mar ao fundo.

Do parque partimos para Ortigia, uma pequena ilha colada em Siracusa (dá para ir de carro) onde está o Duomo, que originalmente era um templo grego e foi transformado em igreja quando a ilha foi evangelizada por São Paulo.

Além da praça do Duomo recomendo uma volta por Ortigia. Muitas ruas são exclusivas para pedestres e não faltam igrejas (óbvio) e praças legais para visitar.

Em Ortigia comemos um dos melhores Arancini (as croquetas de risotto que já comentei no primeiro post) da Sicília em um lugar super simples que entramos por acaso. No Arancina Bar nos recomendaram um Arancino de Salsicha, que eu jamais pediria, e estava delicioso! Está pertinho do Tempio de Apollo e alías, é ótima zona para estacionar o carro. Dali dá para fazer tudo a pé.
Depois de caminhar um pouco por Ortigia seguimos viagem em direção a Ragusa (1:30hs de carro), a cidade que mais gostamos depois de Taormina.

Ragusa é dividida em Ragusa Superiore e Ragusa Ibla. Para passar a noite o melhor é buscar um hotel em Ragusa Ibla, onde está o Duomo e o centro antigo. Ragusa Superiore é a parte moderna da cidade e não tem a mesma beleza que Ragusa Ibla.

Nós ficamos no Hotel Antico Convento dei Cappuccini. Melhor impossível. Lindo e super bem localizado, dentro do Jardim de Ragusa Ibla (Giardino Ibleo), uma das atrações da cidade. Dentro do jardim também estão três igrejas: a Chiesa di San Vincenzo Ferreri, a Chiesa di San Giacomo e a Chiesa dei Cappuccini.

As ruas de Ragusa Ibla são como um labirinto, mas sempre acabamos voltando de alguma maneira para a Piazza del Duomo, a praça central da cidade. A Catedral é muito mais bonita por fora que por dentro, mas coincidimos com um concerto de Natal e fomos assistir.

Uma coisa interessante de Ragusa é que é lá onde é filmada a série Il Comissario Montalbano (do autor italiano Andrea Camilleri), muito famosa na Itália e que acabamos assistindo para melhorar o italiano. O legal da série (que não tem uma produção super maravilhosa, aviso!) é que mostra vários lugares lindos e autênticos da Sicília, e Ragusa é a cidade principal.
Por isso, fomos jantar no restaurante onde come o Comissario: A Rusticana. É uma trattoria de ambiente familiar e cozinha casalinga (comida caseira), com pratos de pasta simples e carnes na brasa.
Começamos com um Queijo na brasa com mel delicioso. Aliás comemos alguns bons queijos na cidade! Vale a pena comprar queijos nas lojas especializadas. Na Corso XXV Aprile tem uma maravilhosa.

Seguimos com a tradicional Pasta alla Norma, simples e deliciosa.

Por último, uma Carne na brasa por insistencia de Gonzalo. Boa, mas nada comparado a uma pasta!

De sobremesa, um Parfait de pistache delicioso. Também provamos VÁRIOS na viagem e todos bons.

No dia seguinte, ao invés de continuar pela costa, fomos de caminho a Palermo pelo centro da ilha. A primeira parada foi em Piazza Armerina, que fazia um frio bizarro e parecia uma cidade fantasma: tudo fechado. Vimos a Catedral e seguimos de caminho a Villa Romana del Casale, nosso objetivo principal.

Fomos a Villa Romana por recomendação de um colega italiano, que me disse que era um pouco difícil chegar (mas chegamos tranquilo com GPS) mas que uma vez lá ficaríamos de boca aberta. E tinha toda razão.

A Villa Romana del Casale é uma luxuosa vila cujos pavimentos estão completamente revestidos de mosaicos romanos de estilo realístico e narrativo.

Se diz que essa vila foi a casa de campo de Marco Aurelio Massimiliano, co-imperador de Diocleziano.

O incrível desse lugar é que todo o complexo, de quatro edifícios, está coberto pelos mosaicos e que cada parte da casa conta a historia da época com muita riqueza de detalhes. É realmente IMPRESSIONANTE e a viagem até lá vale a pena.

Arancina Original Sicilian Street Food
Via Trento, 4 – Siracusa (Ortigia)
Hotel Antico Convento dei Cappuccini
Viale Margherita, 41 – Giardino Ibleo – Ragusa Ibla
http://www.anticoconventoibla.it/hotelanticoconvento/
Tem estacionamento
A Rusticana
Vico Domenico Morelli, 4 (ao lado do Corso XXV Aprile)
Média de Preço por Pessoa: 25 €
Reservas: +39 093 222 79 81
2 thoughts on “Viajando (e comendo!) pela Sicília: Siracusa, Ragusa, Piazza Armerina e Villa Romana del Casale”